quinta-feira, 7 de abril de 2016

ATEMPORAL

Há na imagem uma luta desesperada pelo protagonismo. Luta insana pelo espaço estético, elástico. As camisas, a chuva, os jogadores e a bola disputam o campo com a luz, facho que explode no movimento e toma o corpo de quem corre. Tudo pela posse; tudo contra a poça.

O primeiro a observar a harmonia da cena foi Ailton Cruz, que poderia, se quisesse, ter vencido o jogo em Coruripe com a foto. Não o fez, mas foi capaz de dar nova dimensão à partida. Imagem feita para ganhar o tempo e a plateia.  Resultado exposto, olhar aguçado, cena atemporal.

Texto: Victor Melo

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